terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Segredo?

Todos têm segredos inconfessáveis. Segredos que só o travesseiro ou aquela velha boneca de infância conhecem. Ela também tinha. Guardava pra si um pedacinho secreto que ninguém mais conhecia. E isso corroia. Machucava. Atormentava.

Queria despir-se de toda e qualquer coisa que julgava indiscreta. Mas temia ser incompreendida. Temia ser julgada-apesar de sempre dizer-se alheia a opiniões de terceiros. Queria poder tornar nua sua alma. Ser toda transparente, tal qual o vidro da janela onde espiava a garoa fina lá fora.
Mas sabia impossível-”Ninguém é tão misterioso quanto imagina”-pensou e acendeu seu cigarro, e a cada tragada um suspiro profundo. Suspiros indignados, inconformados, verdadeiros.

Durante instantes, sentiu-se suja, impura, pois guardava pra si um segredo que nem era assim tão secreto.. Mas era incerto, descabido, um tanto ridículo. E entre um devaneio e outro, decidiu confessar, não para o mundo, mas para si mesma,o amorzinho que há tempos escondia,alimentava e que mais do que nunca, precisava mostrar-se vivo. Ridiculamente vivo. Assim como ela, perigosamente... Vivo.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

.Bia.

Não sabia o exato instante em que passara a admirar tanto aquela mulher. Mas tinha a pura certeza de que não fora por acaso. Era forte, sorriso fácil, abraço quentinho. Tinha a palavra certa até nos momentos mais incertos. Era protetora, zelosa, coração que transbordava amor.

Fez-se mãe em todos os cantinhos daquela menina. Fez-se abrigo nos mais temerosos pesadelos. Fez-se tão importante, que a tal menina nem conseguia mensurar tal qual era a grandeza do sentimento que nutria por ela.

Foi amiga, conselheira, pai, mãe, irmã.. Era a tia! Tia? Não... Parte da história, jornada, caminhada. A pequenina era sua bonequinha, sua princesa, sua.. tão sua!E não importava-se com tantas decepções, desesperos, atribulações.. Era majestade até quando o mundo desabou em seus pés. Era rainha mesmo quando fora abandonada em seu castelo (no triste momento em que o principe virou sapo). Mas ainda tinha a ela, a menina.. e agora também seu principezinho, seu bonequinho, sua paz encontrada em cada canto com brinquedos espalhados. Sua doçura em cada sorriso largo do franzino menino que agora era seu.

Fez de cada desafio um degrau para o caráter. Fez de cada lágrima escondida na madrugada um sorriso na face mais próxima. E fez de cada superação, uma história pra ganhar o jogo, e também pra contar para o menininho, seu filhinho, seu Diogo!



*Porque só quem tem seu sorriso,sabe a luz e força que ele representa!Para meu bem,minha tia,minha Bia*

domingo, 4 de janeiro de 2009

O escolhido.

Em uma dessas noites ocasionais,nada especiais,sem surpresas ou mágica , o que era vontade fez-se encanto. Um sorriso tímido,manso e misterioso. Um jeitinho de passar as mãos pelo cabelo todo bagunçado. Olhar de quem ainda procura,anseia por alguma coisa que nem mesmo sabe o que.

Conversas, brincadeiras e muitas dúvidas. A eterna busca pelo príncipe, que podia sim ser ele, de jeans e camiseta branca, barba mal feita mas com tudo o que ela precisava.
Em casa ,agora sozinha, ou melhor, acompanhada por uma montanha de pensamentos, refez cada detalhe de seu principezinho. Cada pedacinho dele, cada gesto, seus 3 tipos de sorriso, sua pele tão branca quanto a dela, os cabelos castanhos.

Suspirou e tentando adormecer decidiu que é ele. Tola, a decisão não foi sua. Foi sua alma, coração, corpo todo e cada uma de suas várias personalidades decidiram que ele é quem tomaria conta dela. Mesmo sem ele saber. Sem seu escolhido saber sequer seu nome, pôs-se a fantasiar tardes de passeio no parque, domingos com filminho e abraços intermináveis. Fantasiou o amor, e todas as suas delícias. E, por alguns instantes, encontrou a paz que tanto necessita.