domingo, 22 de fevereiro de 2009

Ela voltou.


Despertou com um irritante dia ensolarado, calorzinho (des)agradável, saltitantes passarinhos a perturbar  seu péssimo humor. Fitou seus olhos no tão velho espelho..Estava cansada, olheiras profundas e reveladoras mostravam que a noite havia sido inquietante.

Desabou novamente na cama..não não..Desabou em sua amargura, medo, angústia.
Podia mesmo estar tão infeliz com tão pouca idade?Podia realmente estar tão insatisfeita com tudo e todos?
Lágrimas amargas e incessantes acariciaram sua face por alguns momentos, lembrando a ela que até mesmo a solidão é companhia.

Decidiu ser completa mesmo só, mesmo espectadora, mesmo tão inconformada com sua vidinha comum.
Decidiu ser ela novamente, retornar a sua mesmice e esquecer as 'amelices' que teimavam a inebriar seus pensamentos.Ah sim, ia voltar a ser a tão centrada menina de outrora, com seus objetivos e planos.A menina de olhos tristes e coração enjaulado, mas que vivia em paz com sua falta de amor, com a falta de curvas nas estradas, com a ausência de uma trilha sonora...

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.Disse que daqui pra frente seguiria só
Não se prenderia a nada buscando algo melhor
Na esperança de conseguir não se engane
Hora de virar as costas e seguir...

Um dia ia acontecer
sem deuses, sem mestres e sem mãos cavarem
orgulhoso em ver
daqui pra frente só você.


[Autonomia-Dead Fish]

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Sobre o não saber e suas expectativas.

Seria o medo realmente inerente ao ser humano?Ou os problemas se concentram na criação de expectativas?

Acordou atordoada por estes pensamentos. Fitou o relógio ao lado da cama: 03:15. Havia adormecido singelos 20 minutos. Sentou-se morosamente na beira do móvel e acendeu o abajour carmim. Tentou desviara a atenção, mas as perguntas pulsavam cada vez mais forte.

Sabia que não era covarde, entretanto conhecia também sua terrível mania de criar expectativas sobre tudo: futuro, clima, pessoas, amor. E a cada suposição inventada, uma decepção sempre se instalava e fazia cinza e pálido todas as nuances a sua volta.

Sentia-se estagnada, presa, refém de um mundo ilusório que ela havia criado para si. E permitiu-se não pensar. Não saber. Não programar o próximo passo. Decidiu simplesmente entregar-se ao obscuro, ao desconhecido...
Finalmente resolveu render-se a apatida do "não saber". E assim adormeceu novamente... Sem saber.